terça-feira, 14 de janeiro de 2014

Porto de Natal dobra movimentação de frutas em dois anos, segundo pesquisa divulgada pela Codern


O Porto de Natal registrou um crescimento superior a 100% na movimentação de frutas nos últimos dois anos. A Companhia Docas do Rio Grande do Norte (Codern) informa que o embarque passou de 83.222 para 168.701 toneladas entre 2011 e novembro de 2013. A maioria da carga vem dos produtores do Rio Grande do Norte. A maioria das frutas exportadas pelo estado são melão, manga, banana e melancia.
Ainda de acordo com o diretor da Codern, a perda de exportações do Rio Grande do Norte para outros estados está diretamente ligada à deficiência de linhas para outros destinos mundiais. Atualmente o porto embarca produtos para os Portos de Algeciras e Viggo, na Espanha, Roterdã, na Holanda, e Tilbury, na Inglaterra.De 2011 para 2012 a movimentação subiu de 83.222 para 154.358 toneladas, o que resultou em um aumento de 85% nas exportações entre os dois anos. No último balanço realizado pela companhia, os dados atualizados da movimentação de frutas de 2013 registraram o volume de 168.701 toneladas até novembro. O crescimento foi de 26% em relação ao mesmo período de 2012, de janeiro a novembro, e de 103% se comparado a todo o ano de 2011.
De acordo com a Codern, o resultado de 2013 só não foi maior porque faltou espaço nos navios para a demanda de contêineres de frutas. Para que o problema não seja repetido na safra de 2014, uma negociação está em andamento entre produtores e armadores para que o espaço nos navios para embarques de frutas seja aumentado.
De toda a movimentação de frutas de 2013, 90% da carga é oriunda do Rio Grande do Norte e 10% de Pernambuco. “O Porto tem capacidade para fazer mais e estamos em busca disso, para fazermos do Rio Grande do Norte um estado que se destaque na economia do Nordeste e do país”, afirma o diretor-presidente da Codern, Pedro Terceiro de Melo.
Para sanar essa carência de linhas para exportações de longo curso, o Porto de Natal está em negociando uma nova linha com destino ao Porto de Espanha, em Trinidad e Tobago, que atenderá à linha dos Estados Unidos e reembarque para a Ásia.
“A questão dos outros portos que fazem embarque para outros países, onde a carga do RN migra, está diretamente ligada à deficiência de linhas para outros destinos, o que já está sendo resolvido para a safra de 2014” explica Pedro Terceiro. A Codern também conta com a conclusão das obras do Berço 4 e a ampliação da retroárea.

sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Chuvas no nordeste em 2014, segundo o Inmet

Atingido por uma estiagem severa nos últimos dois anos, o Nordeste pode voltar a ter chuvas abaixo da média em 2014. A previsão é do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet). De acordo com o meteorologista Mozart de Araújo Salvador, a temperatura do Atlântico Norte, cuja alta causou a diminuição das chuvas em 2012 e 2013, continua elevada, embora em patamar menor que o do ano passado.
Segundo Salvador, caso a situação se mantenha, há chance de menos chuva do que tradicionalmente. No entanto, não é possível prever a intensidade de um eventual novo período de seca. “A possibilidade [de estiagem] não está afastada”, disse ele.
O meteorologista explicou que, em dezembro, quando o Inmet levantou os dados para seu prognóstico mais recente sobre o Nordeste, a temperatura do Atlântico Norte estava de 0,5°C a 1°C acima da média. “Espera-se que [a alta de temperatura] não se intensifique, ou o risco de prejuízos para as chuvas é grande”, acrescentou.
Salvador esclareceu que, no ano passado, a temperatura do oceano chegava a 1,5°C acima da média. Para normalização das chuvas no Nordeste, o ideal é que ela recue nos próximos meses. Uma nova medição será feita na segunda quinzena de janeiro.
Para o primeiro trimestre deste ano, o Inmet vê 40% de possibilidade de chuvas dentro da média e 35% de probabilidade de ficarem abaixo da média para o semiárido do Ceará, do Piauí, da Paraíba, do Rio Grande do Norte e do norte da Bahia. Existem ainda 25% de chance de precipitações acima da média.
Em 2012 e 2013, produtores rurais desses e de outros estados perderam gado e lavoura com a estiagem e tiveram de ser socorridos pelo governo, que disponibilizou linhas de crédito emergenciais e permitiu a renegociação de dívidas a agricultores que não puderam honrar os pagamentos em função das perdas com a estiagem.
Para 2014, o Ministério da Integração Nacional informou que ainda aguarda dados mais concretos com relação ao panorama relacionado à seca para definir ações. O órgão informou ainda que, até o momento, não há decisão sobre renovação das linhas de crédito, mas que é possível aderir à renegociação de débitos até 30 de dezembro deste ano.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Principais formações geológicas entre as cidades de Mossoró e Lajes no interior do estado do Rio Grande do Norte


Viagem realizada entre Mossoró e Lajes, no interior do Rio Grande do Norte, onde foram percorridos cerca de 160 km na BR 304. Ao partirmos de Mossoró, sentido Natal, foram sete paradas, onde observou-se as diferentes formações rochosas presentes em um pequeno espaço percorrido.
Figura 1: Mapa geológico do Rio Grande do Norte – 1977 à 1980.
A primeira parada foi explicado um pouco da geologia do estado do Rio Grande do Norte, onde apresenta uma grande diversidade geológica de rochas e de solos. Nesta parada foi localizada na depressão periférica da Chapada do Apodi, onde da origem ao grupo Apodi formada pelo Arenito Açu e pelo Calcário Jandaíra, onde é bastante comum nesta região.
As rochas calcária sedimentar é são formadas pela sedimentação e pela diagênese, pelo qual os sais da água do mar, se precipita formando carbonato de cálcio e carbonato de magnésio. Essas rochas apresentam camadas em sua constituição ocasionado pelo intercalamento entre períodos de verão e de inverno, elas também abrigam um aquífero (reservatório subterrâneo de água), denominado Aquífero Calcário Jandaíra, localizado entre 70 à 100 metros de profundidade e a sua água apresenta concentrações de sais, ou seja, água salgada, nelas também há presenças de fósseis.
A depressão periférica da Chapada do Apodi é um local de recarga do aquífero, ou seja, quando chove nesta região a água que cai no solo é  infiltrada abastece o aquífero do arenito Açu, que está localizado entre 800 e 1000 metros de profundidade, logo, é de fundamental importância se conhecer o local de recarga, por conta do seu rebaixamento e para se evitar problemas futuros relacionados a água como contaminação por substâncias tóxicas. O calcário quando entra em contato tem uma relação forte, portanto, no geral usa-se essa forma de reconhecimento, onde pode chegar até 800 metros de profundidade da rocha.
Figura 2: Calcário Jandaíra.
Figura 3: Calcário Jandaíra.
Na segunda parada teve como referência a Rocha Arenito Açu, que é formado pela deposição de sedimento, onde neste caso o constituinte principal é a areia, que foram sendo depositadas, pressionadas, até formar rochas arenosas. Toda a água que entra nesta rocha é filtrada, entretanto quem da a qualidade desta água filtrada é o teor de argila presente na sua constituição, portanto, quanto maior o teor de argila maior será o grau de pureza desta água. Outra importância desta rocha é que nela também pode ser armazenada o petróleo, nesta rocha também comprova que nesta região um dia já foi um deserto de areia.
Uma outra rocha esta presente nesta região, que é o foleólo, popularmente conhecida como rocha quebradiça, ela fica localizada entre o calcário e o arenito, comprovando mais uma vez que um dia o mar esteve nesta região, onde este mar era calmo e raso. Nesta região há uma grande deposição de materiais pelos fatores externos que mudam a terra.
Figura 4: Arenito Açu.
Figura 5: Foleólo.
Figura 6: Foleólo formado sob o Arenito Açu.
Na terceira parada teve como referência uma região cristalina próxima ao vale do Açu, onde foi deparado com a rocha sedimentar, denominada de Formação Moura ou Conglomerado. Esse material é recente (formado no período terciário), onde ele foi carregado pela ação da água (Rio Piranhas-Açu), pelo qual veio rolando durante longas distâncias, que também é conhecido como seixo rolado, devido ao seu formato arredondado. Esse material de solos aluvionais, são justificados pela ação dos rios, onde esta região é caracterizada pela exploração de argila, bem como a utilização para construção de aterros (conhecida como piçarra), na construção civil, dentre outros ramos. Estes solos que apresentam essa característica são de difícil cultivo de vegetações, por serem rasos, e constituídos basicamente por óxidos.
Figura 7: Formação Moura, Conglomerado ou Seixo Rolado.
Figura 8: Formação Moura.
Na quarta parada, foi encontrada rochas Cristalinas (metamórficas e ígneas), onde apresenta um paralelismo de minerais, sendo esta a principal característica das rochas metamórficas. Nas rochas metamórficas há uma mistura entre minerais escuros e claros, que tem origem a partir do granito. Essa rocha sofreu com intensos fatores internos, ou seja, sofreu um intenso metamorfismo. Esse mineral tem grande importância na construção civil. As quebras são devido as intensas pressões exercidas no interior da terra, e ao aflorar sobre o solo ela sofre uma quebra, ou seja, intensa ação intempérica, denominadas saprolíto (rochas alterada).
Figura 9: Rochas Metamórficas.
Figura 10: Rochas Metamórficas.
Na quinta parada foi encontrada as rochas ígneas ou magmáticas (pigmatídeo), que tem a sua formação a vários quilômetros de profundidade. São formadas rochas encaixantes, ou seja, rochas mais novas são encaixadas em rochas mais velhas. Essas rochas tem uma grande presença de mica e de feldspatos, nelas também se procuram rochas preciosas como o diamante. Essas rochas são muito resistentes em profundidades, entretanto, elas são rochas ácidas devido a presença de silicatos (mica, feldspatos, quartzo), que constitui cerca de 65% da mesma.
Figura 11: Rochas Ígneas.
Figura 12: Rochas Ígneas.
 Na sexta parada deparamos com as rochas ígneas (granitos), onde tem a sua formação mais próxima da superfície, favorecendo a uniformidade. Netas região é comum a presença de rochas aflorando sobre a superfície, elas são as rochas mais antigas do planeta, com mais de 2 bilhões de anos, são de formatos arredondados devido o seu intenso intemperismo esferoidal, elas também são ácidas devido os seus sais de formação e está localizadas no pé de plano 1, ou plano de rebaixamento.
Figura 13: Rochas Ígneas (Granitos).
 Figura 14: Rochas Ígneas (Granitos).
 Na sétima e última parada, nos deparamos com o Pico do Cabugi, que é uma formação rochosa de um vulcão extinto, localizado no município de Angicos, onde tem-se uma grande importância geológica por ser caracterizado com um monumento geológico, denominado Parque Ecológico Cabugi, sendo uma área protegida para preservação ambiental. Uma das primeiras citações sobre a existência do Pico do Cabugi foi feita por Moraes, em 1920, que reconheceu o pico como um vulcão extinto. O Pico do Cabugi é um das mais altas serra no estado do Rio Grande do Norte, sua forma cônica se elevando a cerca de 500m acima do nível do mar, onde é composto por rochas basálticas extrusivas, que apresentam granulação mais grossa que os basaltos.
Figura 15: Rochas Basálticas Extrusivas no topo do Pico do Cabugi.
Figura 16: Vista frontal do Pico do Cabugi.
Nesta matéria podemos observar que o estado do Rio Grande do Norte existem grande variação da sua formação rochosa, podendo encontrar rochas de formação recente até rochas com bilhões de ano como rochas ígneas. Possibilitou-se também conhecermos as duas formações rochosas que dão origem aos dois principais aquíferos (jandaíra e o arenito açu) que abastecem o estado. 

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Um pouco da geologia do estado do Rio Grande do Norte

No território do Rio Grande do Norte, aproximadamente 60% das rochas são de origem cristalina da idade Pré-Cambriana, isto é, são originárias da era mais antiga da história do Planeta. Ocupam grandes áreas na parte sul do Estado, com destaque para as serras, inselbergues e afloramento de rochas. Destaque para Serra Caiada, a Serrinha, Serra Rajada, Pico do Cabugi, entre outras formações rochosas. O restante do território, 40% da litosfera potiguar são formados por rochas sedimentares do Grupo Apodi, Formação Serra de Martins, Formação Barreiras e Bacia Potiguar, sendo de idade geológica mais recente, do Mesozóico e Cenozóico.
O Estado do Rio Grande do Norte localiza-se geotectonicamente na Província Borborema, Subprovíncia Setentrional. Seu substrato é constituído por rochas pré-cambrianas que ocupam cerca de 65% de sua área territorial e por rochas sedimentares mesocenozóicas que recobrem a porção restante. O substrato pré-cambriano compreende três domínios tectonoestruturais, o Domínio Jaguaribeano, a oeste, o Domínio Rio Piranhas-Seridó, parte central e o Domínio São José do Campestre, a leste, limitados por duas importantes zonas de cisalhamento brasilianas, a oeste a zona de cisalhamento Portalegre e a leste a zona de cisalhamento Picuí-João Câmara (ANGELIM et. al., 2006).
A Bacia Potiguar situa-se no extremo nordeste do Brasil, em sua maior parte, no território norte-riograndense, com pequena porção no Estado do Ceará. A Bacia Potiguar é controlada por falhas profundas, que continuam na direção da plataforma continental, onde se desenvolve uma sedimentação de margem passiva (ANGELIM et. al., 2006).
A formação Açu se caracteriza por camadas espessas de arenitos médios a muito grossos de cor esbranquiçada, com intercalações de folhelhos, argilitos verdes claros e siltitos castanho-avermelhados. Esses sedimentos estão sotopostos concordantemente às rochas carbonáticas, da Formação Jandaíra e sobrepostos discordantemente, na porção submersa da bacia, aos sedimentos da Formação Alagamar (Grupo Areia Branca). Sua espessura pode alcançar até 1.000 m na parte submersa da bacia. Os polimorfos encontrados na formação apontam para uma idade cretácea (Albiano-Cenomaniano). A Formação Açu é o principal aquífero da Bacia Potiguar. Suas águas, exploradas como água mineral, onde são utilizadas em hotéis, para abastecimento público e na agricultura irrigada (ANGELIN et. al., 2006).
A Formação Jandaíra é composta tipicamente por calcarenitos bioclásticos com foraminíferos bentônicos, por vezes associados a algas verdes a sua formação é recoberta por rochas sedimentares cenozóicas. A Formação Jandaíra é datada como cretácea (Turoniano ao Eocampaniano), a partir do seu conteúdo fossilífero. As mineralizações associadas a esta formação constante de calcários calcíticos e magnesianos, depósitos de gipsita e de argilito (ANGELIN et. al., 2006).
O Pico do Cabugi, está localizado a 7 km a oeste de Lages, Rio Grande do Norte, sendo considerado o mais jovem magmatismo continental do Brasil. Consiste de ankaratritos, basanitos e olivina-basaltos com afinidades basaníticas ou toleíticas, sendo composto principalmente de olivina, titanoaugita, minerais de óxido de ferro, plagioclásio, apatita e vidro ocasional. Os basaltos são moderadamente a fortemente subsaturados em sílica, SiO2  variando de 39% a 45%, com quase todas as amostras sendo nefelina-normativas, e exibindo concentrações altas de alguns elementos incompatíveis, como Ti, K, Sr, e Ba. O posicionamento desta suite basáltica Terciária está relacionado ou a um reajuste interno dentro da placa Sul-americana, durante seu deslocamento para oeste, ou a um alívio de pressão de zonas arqueadas formadas no Mesozóico Superior durante a abertura do Oceano Atlântico sul.

ANGELIM, L. A. A., et al.. Geologia e recursos minerais do Estado do Rio Grande do Norte - Escala 1:500.000. Recife: CPRM - Serviço Geológico do Brasil, 2007.