No território do Rio Grande do Norte, aproximadamente 60%
das rochas são de origem cristalina da idade Pré-Cambriana, isto é, são
originárias da era mais antiga da história do Planeta. Ocupam grandes áreas na
parte sul do Estado, com destaque para as serras, inselbergues e afloramento de
rochas. Destaque para Serra Caiada, a Serrinha, Serra Rajada, Pico do Cabugi,
entre outras formações rochosas. O restante do território, 40% da litosfera
potiguar são formados por rochas sedimentares do Grupo Apodi, Formação Serra de
Martins, Formação Barreiras e Bacia Potiguar, sendo de idade geológica mais
recente, do Mesozóico e Cenozóico.
O Estado do Rio Grande do Norte localiza-se
geotectonicamente na Província Borborema, Subprovíncia Setentrional. Seu
substrato é constituído por rochas pré-cambrianas que ocupam cerca de 65% de
sua área territorial e por rochas sedimentares mesocenozóicas que recobrem a
porção restante. O substrato pré-cambriano compreende três domínios
tectonoestruturais, o Domínio Jaguaribeano, a oeste, o Domínio Rio
Piranhas-Seridó, parte central e o Domínio São José do Campestre, a leste,
limitados por duas importantes zonas de cisalhamento brasilianas, a oeste a
zona de cisalhamento Portalegre e a leste a zona de cisalhamento Picuí-João
Câmara (ANGELIM et. al., 2006).
A Bacia Potiguar situa-se no extremo nordeste do Brasil, em
sua maior parte, no território norte-riograndense, com pequena porção no Estado
do Ceará. A Bacia Potiguar é controlada por falhas profundas, que continuam na
direção da plataforma continental, onde se desenvolve uma sedimentação de
margem passiva (ANGELIM et. al., 2006).
A formação Açu se caracteriza por camadas espessas de
arenitos médios a muito grossos de cor esbranquiçada, com intercalações de
folhelhos, argilitos verdes claros e siltitos castanho-avermelhados. Esses
sedimentos estão sotopostos concordantemente às rochas carbonáticas, da
Formação Jandaíra e sobrepostos discordantemente, na porção submersa da bacia,
aos sedimentos da Formação Alagamar (Grupo Areia Branca). Sua espessura pode
alcançar até 1.000 m na parte submersa da bacia. Os polimorfos encontrados na
formação apontam para uma idade cretácea (Albiano-Cenomaniano). A Formação Açu
é o principal aquífero da Bacia Potiguar. Suas águas, exploradas como água
mineral, onde são utilizadas em hotéis, para abastecimento público e na
agricultura irrigada (ANGELIN et. al., 2006).
A Formação Jandaíra é composta tipicamente por calcarenitos
bioclásticos com foraminíferos bentônicos, por vezes associados a algas verdes
a sua formação é recoberta por rochas sedimentares cenozóicas. A Formação
Jandaíra é datada como cretácea (Turoniano ao Eocampaniano), a partir do seu
conteúdo fossilífero. As mineralizações associadas a esta formação constante de
calcários calcíticos e magnesianos, depósitos de gipsita e de argilito (ANGELIN
et. al., 2006).
O Pico do Cabugi, está localizado a 7 km a oeste de Lages,
Rio Grande do Norte, sendo considerado o mais jovem magmatismo continental do
Brasil. Consiste de ankaratritos, basanitos e olivina-basaltos com afinidades
basaníticas ou toleíticas, sendo composto principalmente de olivina,
titanoaugita, minerais de óxido de ferro, plagioclásio, apatita e vidro
ocasional. Os basaltos são moderadamente a fortemente subsaturados em sílica,
SiO2 variando de 39% a 45%, com quase
todas as amostras sendo nefelina-normativas, e exibindo concentrações altas de
alguns elementos incompatíveis, como Ti, K, Sr, e Ba. O posicionamento desta
suite basáltica Terciária está relacionado ou a um reajuste interno dentro da
placa Sul-americana, durante seu deslocamento para oeste, ou a um alívio de
pressão de zonas arqueadas formadas no Mesozóico Superior durante a abertura do
Oceano Atlântico sul.
ANGELIM, L. A. A.,
et al.. Geologia e recursos minerais do
Estado do Rio Grande do Norte - Escala 1:500.000. Recife: CPRM - Serviço
Geológico do Brasil, 2007.
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