terça-feira, 7 de janeiro de 2014

Um pouco da geologia do estado do Rio Grande do Norte

No território do Rio Grande do Norte, aproximadamente 60% das rochas são de origem cristalina da idade Pré-Cambriana, isto é, são originárias da era mais antiga da história do Planeta. Ocupam grandes áreas na parte sul do Estado, com destaque para as serras, inselbergues e afloramento de rochas. Destaque para Serra Caiada, a Serrinha, Serra Rajada, Pico do Cabugi, entre outras formações rochosas. O restante do território, 40% da litosfera potiguar são formados por rochas sedimentares do Grupo Apodi, Formação Serra de Martins, Formação Barreiras e Bacia Potiguar, sendo de idade geológica mais recente, do Mesozóico e Cenozóico.
O Estado do Rio Grande do Norte localiza-se geotectonicamente na Província Borborema, Subprovíncia Setentrional. Seu substrato é constituído por rochas pré-cambrianas que ocupam cerca de 65% de sua área territorial e por rochas sedimentares mesocenozóicas que recobrem a porção restante. O substrato pré-cambriano compreende três domínios tectonoestruturais, o Domínio Jaguaribeano, a oeste, o Domínio Rio Piranhas-Seridó, parte central e o Domínio São José do Campestre, a leste, limitados por duas importantes zonas de cisalhamento brasilianas, a oeste a zona de cisalhamento Portalegre e a leste a zona de cisalhamento Picuí-João Câmara (ANGELIM et. al., 2006).
A Bacia Potiguar situa-se no extremo nordeste do Brasil, em sua maior parte, no território norte-riograndense, com pequena porção no Estado do Ceará. A Bacia Potiguar é controlada por falhas profundas, que continuam na direção da plataforma continental, onde se desenvolve uma sedimentação de margem passiva (ANGELIM et. al., 2006).
A formação Açu se caracteriza por camadas espessas de arenitos médios a muito grossos de cor esbranquiçada, com intercalações de folhelhos, argilitos verdes claros e siltitos castanho-avermelhados. Esses sedimentos estão sotopostos concordantemente às rochas carbonáticas, da Formação Jandaíra e sobrepostos discordantemente, na porção submersa da bacia, aos sedimentos da Formação Alagamar (Grupo Areia Branca). Sua espessura pode alcançar até 1.000 m na parte submersa da bacia. Os polimorfos encontrados na formação apontam para uma idade cretácea (Albiano-Cenomaniano). A Formação Açu é o principal aquífero da Bacia Potiguar. Suas águas, exploradas como água mineral, onde são utilizadas em hotéis, para abastecimento público e na agricultura irrigada (ANGELIN et. al., 2006).
A Formação Jandaíra é composta tipicamente por calcarenitos bioclásticos com foraminíferos bentônicos, por vezes associados a algas verdes a sua formação é recoberta por rochas sedimentares cenozóicas. A Formação Jandaíra é datada como cretácea (Turoniano ao Eocampaniano), a partir do seu conteúdo fossilífero. As mineralizações associadas a esta formação constante de calcários calcíticos e magnesianos, depósitos de gipsita e de argilito (ANGELIN et. al., 2006).
O Pico do Cabugi, está localizado a 7 km a oeste de Lages, Rio Grande do Norte, sendo considerado o mais jovem magmatismo continental do Brasil. Consiste de ankaratritos, basanitos e olivina-basaltos com afinidades basaníticas ou toleíticas, sendo composto principalmente de olivina, titanoaugita, minerais de óxido de ferro, plagioclásio, apatita e vidro ocasional. Os basaltos são moderadamente a fortemente subsaturados em sílica, SiO2  variando de 39% a 45%, com quase todas as amostras sendo nefelina-normativas, e exibindo concentrações altas de alguns elementos incompatíveis, como Ti, K, Sr, e Ba. O posicionamento desta suite basáltica Terciária está relacionado ou a um reajuste interno dentro da placa Sul-americana, durante seu deslocamento para oeste, ou a um alívio de pressão de zonas arqueadas formadas no Mesozóico Superior durante a abertura do Oceano Atlântico sul.

ANGELIM, L. A. A., et al.. Geologia e recursos minerais do Estado do Rio Grande do Norte - Escala 1:500.000. Recife: CPRM - Serviço Geológico do Brasil, 2007.


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