Viagem realizada entre Mossoró e Lajes, no interior do Rio Grande do Norte, onde foram percorridos cerca de 160 km na BR 304. Ao partirmos de Mossoró, sentido Natal, foram sete paradas, onde observou-se as diferentes formações rochosas presentes em um pequeno espaço percorrido.
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Figura 1: Mapa geológico do Rio Grande do Norte – 1977 à 1980. |
A primeira parada foi explicado um pouco da geologia do estado
do Rio Grande do Norte, onde apresenta uma grande diversidade geológica de
rochas e de solos. Nesta parada foi localizada na depressão periférica da
Chapada do Apodi, onde da origem ao grupo Apodi formada pelo Arenito Açu e pelo
Calcário Jandaíra, onde é bastante comum nesta região.
As rochas calcária sedimentar é são formadas pela
sedimentação e pela diagênese, pelo qual os sais da água do mar, se precipita
formando carbonato de cálcio e carbonato de magnésio. Essas rochas apresentam
camadas em sua constituição ocasionado pelo intercalamento entre períodos de
verão e de inverno, elas também abrigam um aquífero (reservatório subterrâneo
de água), denominado Aquífero Calcário Jandaíra, localizado entre 70 à 100
metros de profundidade e a sua água apresenta concentrações de sais, ou seja,
água salgada, nelas também há presenças de fósseis.
A depressão periférica da Chapada do Apodi é um local de
recarga do aquífero, ou seja, quando chove nesta região a água que cai no solo
é infiltrada abastece o aquífero do
arenito Açu, que está localizado entre 800 e 1000 metros de profundidade, logo,
é de fundamental importância se conhecer o local de recarga, por conta do seu
rebaixamento e para se evitar problemas futuros relacionados a água como
contaminação por substâncias tóxicas. O calcário quando entra em contato tem
uma relação forte, portanto, no geral usa-se essa forma de reconhecimento, onde
pode chegar até 800 metros de profundidade da rocha.
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Figura 2: Calcário Jandaíra. |
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Figura 3: Calcário Jandaíra. |
Na segunda parada teve como referência a Rocha Arenito Açu,
que é formado pela deposição de sedimento, onde neste caso o constituinte
principal é a areia, que foram sendo depositadas, pressionadas, até formar
rochas arenosas. Toda a água que entra nesta rocha é filtrada, entretanto quem
da a qualidade desta água filtrada é o teor de argila presente na sua
constituição, portanto, quanto maior o teor de argila maior será o grau de
pureza desta água. Outra importância desta rocha é que nela também pode ser
armazenada o petróleo, nesta rocha também comprova que nesta região um dia já
foi um deserto de areia.
Uma outra rocha esta presente nesta região, que é o foleólo,
popularmente conhecida como rocha quebradiça, ela fica localizada entre o
calcário e o arenito, comprovando mais uma vez que um dia o mar esteve nesta
região, onde este mar era calmo e raso. Nesta região há uma grande deposição de
materiais pelos fatores externos que mudam a terra.
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Figura 4: Arenito Açu. |
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Figura 5: Foleólo. |
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Figura 6: Foleólo formado sob o Arenito Açu. |
Na terceira parada teve como referência uma região
cristalina próxima ao vale do Açu, onde foi deparado com a rocha sedimentar,
denominada de Formação Moura ou Conglomerado. Esse material é recente (formado
no período terciário), onde ele foi carregado pela ação da água (Rio
Piranhas-Açu), pelo qual veio rolando durante longas distâncias, que também é
conhecido como seixo rolado, devido ao seu formato arredondado. Esse material
de solos aluvionais, são justificados pela ação dos rios, onde esta região é
caracterizada pela exploração de argila, bem como a utilização para construção
de aterros (conhecida como piçarra), na construção civil, dentre outros ramos.
Estes solos que apresentam essa característica são de difícil cultivo de vegetações,
por serem rasos, e constituídos basicamente por óxidos.
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Figura 7: Formação Moura, Conglomerado ou Seixo Rolado. |
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Figura 8: Formação Moura. |
Na quarta parada, foi encontrada rochas Cristalinas
(metamórficas e ígneas), onde apresenta um paralelismo de minerais, sendo esta
a principal característica das rochas metamórficas. Nas rochas metamórficas há
uma mistura entre minerais escuros e claros, que tem origem a partir do
granito. Essa rocha sofreu com intensos fatores internos, ou seja, sofreu um
intenso metamorfismo. Esse mineral tem grande importância na construção civil.
As quebras são devido as intensas pressões exercidas no interior da terra, e ao
aflorar sobre o solo ela sofre uma quebra, ou seja, intensa ação intempérica,
denominadas saprolíto (rochas alterada).
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Figura 9: Rochas Metamórficas. |
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Figura 10: Rochas Metamórficas. |
Na quinta parada foi encontrada as rochas ígneas ou
magmáticas (pigmatídeo), que tem a sua formação a vários quilômetros de
profundidade. São formadas rochas encaixantes, ou seja, rochas mais novas são
encaixadas em rochas mais velhas. Essas rochas tem uma grande presença de mica
e de feldspatos, nelas também se procuram rochas preciosas como o diamante.
Essas rochas são muito resistentes em profundidades, entretanto, elas são rochas
ácidas devido a presença de silicatos (mica, feldspatos, quartzo), que
constitui cerca de 65% da mesma.
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Figura 11: Rochas Ígneas. |
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Figura 12: Rochas Ígneas. |
Na sexta parada
deparamos com as rochas ígneas (granitos), onde tem a sua formação mais próxima
da superfície, favorecendo a uniformidade. Netas região é comum a presença de
rochas aflorando sobre a superfície, elas são as rochas mais antigas do
planeta, com mais de 2 bilhões de anos, são de formatos arredondados devido o
seu intenso intemperismo esferoidal, elas também são ácidas devido os seus sais
de formação e está localizadas no pé de plano 1, ou plano de rebaixamento.
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Figura 13: Rochas Ígneas (Granitos). |
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Figura 14: Rochas Ígneas (Granitos). |
Na sétima e última
parada, nos deparamos com o Pico do Cabugi, que é uma formação rochosa de um
vulcão extinto, localizado no município de Angicos, onde tem-se uma grande
importância geológica por ser caracterizado com um monumento geológico,
denominado Parque Ecológico Cabugi, sendo uma área protegida para preservação
ambiental. Uma das primeiras citações sobre a existência do Pico do Cabugi foi
feita por Moraes, em 1920, que reconheceu o pico como um vulcão extinto. O Pico
do Cabugi é um das mais altas serra no estado do Rio Grande do Norte, sua forma
cônica se elevando a cerca de 500m acima do nível do mar, onde é composto por
rochas basálticas extrusivas, que apresentam granulação mais grossa que os
basaltos.
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Figura 15: Rochas Basálticas Extrusivas no topo do Pico do Cabugi. |
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Figura 16: Vista frontal do Pico do Cabugi. |
Nesta matéria podemos observar que o estado do Rio Grande do
Norte existem grande variação da sua formação rochosa, podendo encontrar rochas
de formação recente até rochas com bilhões de ano como rochas ígneas.
Possibilitou-se também conhecermos as duas formações rochosas que dão origem
aos dois principais aquíferos (jandaíra e o arenito açu) que abastecem o
estado.
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