quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Principais espécies cactaceas nativas utilizadas na formação das pastagens no Semi-Árido


O Semi-árido nordestino é constituído por uma vegetação exuberante onde mostra-se muito resistente a seca, onde podemos encontrar inúmeras espécies de cactáceas resistentes a seca, sendo elas bastante indicada para a alimentação dos animais (bovinos, ovinos e caprinos). Dentre as cactáceas as que mostram mais indicadas para a alimentação animal são o cardeiro, coroa de frade, facheiro, mandacaru, palma forrageira, xique-xique e dentre outros. 
Cardeiro (Cereus chrysostele)
O Cardeiro apresenta uma boa palatabilidade, sendo uma alternativa para a região semiárida nordestina, visto que possui uma ótima adaptação a regiões de clima quente e seco. As suas folhas são dispostas na forma de espinhos com um caule dividido em artículos, caulinares, globosos, com secção transversal poligonal e na maioria das vezes de vértice arredondado. Apresenta uma boa produtividade, desde que se tenha cuidados no seu manejo, sendo um ótima saída para os longos períodos de seca da região nordeste do Brasil.
Figura 1: Cardeiro (Cereus chrysostele).

Coroa de frade (Melocactos ernestii)
A coroa de frade é uma espécie endêmica do Brasil (Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais e Sergipe), ocorrendo principalmente na caatinga e em brejos de altitude. É comum na área de estudo, ocorrendo como indivíduos isolados ou em populações, sobre rochas graníticas, em altitudes de 900 até 1.100 m, sendo as maiores altitudes já registradas para a ocorrência desta espécie. Apesar desta planta apresentar grande quantidades de espinhos é uma boa alternativa para os períodos mais críticos do ano, ou seja, logos períodos de estiagem. 
Figura 2: Coroa de frade (Melocactos ernestii).

Facheiro(Cereus squamosos)
O Facheiro é um cacto, de um alto porte chegando a 10m de altura, destituído de folhas, com presença de espinhos, sendo o caule dividido em artículos colunares. Os caules colunares e globosos possuem secção transversal poligonal apresentando 3 ângulos na maioria das vezes de vértices arredondadas. O fruto em geral é grande e de colorido vistoso (comumente vermelho).
Figura 3: Facheiro(Cereus squamosos).

Mandacaru (Cereus jamacaru DC.)
Essa espécie ao ser encontra na mata nativa apresenta um porte variando de 5 a 6 metros de altura, e com diâmetros variando entre 20 a 60 centimetros, na plantas mais velhas. A sua produção quando encontrada na mata nativa e baixa, entretanto quando a mesma é cultivada e manejada corretamente eleva a sua produção. Apresenta um valor nutricional variando de médio a baixo, sendo sugerido para a alimentação complementar ou como volumoso. Essa espécie nativa apresenta uma boa palatabilidade, entretanto a mesma deve passar por um processo de beneficiamento para a retirada dos espinhos. Essa espécie é encontrada na região semiárida, onde a precipitação pluvial é baixa, a sua umidade relativa é baixa e as suas temperaturas são elevadas. 
Figura 4: Mandacaru (Cereus jamacaru DC.)

Palma Forrageira (Opuntia sp.)
Forrageira característica da região Nordeste do Brasil, constituído assim uma das mais importantes bases da alimentação do gado. É uma planta que desafia em grande parte as adversidades de um clima seco e árido, abrasador às vezes, prosperando ainda em meios arenosos, pedregosos, quentes, áridos e de escassa fertilidade. No Brasil, temos três tipos de palmas muito distintas: a Opuntia sp. (Palma Graúda ou Grande), a Napalea Cochenifera (Palma Redonda). Apresentam composição química semelhante, o gado aprecia, sobretudo a palma miúda e a palma grande. Estes cactos não têm espinhos. Encontrando boa ecológica, a palma não ultrapassa os 4 metros de altura. O seu tempo de corte pode variar de um ano e meio a três anos, colhendo-se assim os artículos, cortando-os nas articulações, não se mete o gado no palmal para não prejudica-lo. Em media, a palma fornece por hectare, de 100 a 150 toneladas de artículos no corte, valendo salientar que plantado é no compasso de 1,50 metros por 1,0 metro.
Figura 5: Palma Forrageira (Opuntia sp.).

Xique-xique (Pilocereu gounellei)
O xique-xique apresenta uma palatabilidade, sendo consumida em maiores quantidades nas épocas de seca, onde o alimento para os ruminantes são escassos é uma exelente alternativa. Desenvolve-se muito bem nos trechos mais secos e de solo mais raso das regiões semi-áridas do Ceará, rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco e Bahia. Pode ainda se multiplicar em regiões rochosas, cobrindo assim áreas extensas, que os espinhos de forte resistência tornam-se quase impenetráveis. È apreciado pelo gado, sendo conveniente pica-lo antes de fornecer na alimentação.
Figura 6: Xique-xique (Pilocereu gounellei).

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